“Tivemos de ultrapassar vários obstáculos esta época”
Luís Nunes festejou o seu quarto título consecutivo de Campeão de Portugal de Montanha Turismos, com mais uma vitória esta na Rampa de Boticas. O piloto do concelho de Valpaços, o único campeão nacional de Perícias, Velocidade e Montanha, dedicou triunfo a todas as pessoas que o apoiaram numa época de superação.
Já vitorioso na divisão Turismos 1, Luís Nunes chegou à Rampa de Boticas decidido a festejar a conquista do tetracampeonato de Turismos com mais uma vitória. E o certo é que o piloto do Skoda Fabia Rally2 evo voltou a triunfar na prova mais especial do ano para si, batendo inclusive o seu anterior recorde em Boticas com o Ford Fiesta R5+ em dois segundos! “Sabíamos que o título estava na mão, mas quisemos atacar na mesma e ganhar os Turismos também em Boticas, na minha região-natal”, justificou Luís Nunes. “Foi um momento muito especial. Agradeço à minha família, aos meus amigos, aos meus patrocinadores, à equipa ARC Sport, que fez um excelente trabalho e que me ajudou muito a evoluir a pilotagem deste carro. Dedico este título a duas pessoas fundamentais, pois se não fossem elas eu nem teria corrido este ano: o meu irmão, Vítor Nunes, e o presidente do Município de Valpaços, Dr. Amílcar Almeida. Tive muita gente amiga e alguns patrocinadores nesta Rampa de Boticas, assim como vereador do Município de Valpaços, Eng. Jorge Pires”, destacou o tetracampeão nacional, que fez questão de nomear as dificuldades que atravessou ao longo da época.
“São os obstáculos que nos criam que tornam as vitórias mais saborosas. A época não foi fácil. Tínhamos preparado o campeonato em função dos regulamentos que existiam, e esse regulamento foi alterado a 24 horas do início da época, especificamente para a Divisão Turismos 1, obrigando-nos a acrescentar 200 kg no Skoda. Toda a gente sabe o que isso significa no comportamento e nos tempos de um carro de corrida. Quando soube disto, em Murça, cheguei mesmo a ponderar não participar no campeonato. Não percebo como é que deixam que estas situações aconteçam no desporto automóvel em Portugal. Já passei por alguns episódios inusitados na minha carreira, inclusive na Montanha, mas confesso que este foi o pior de todas. Tínhamos previsto iniciar a época com o Skoda e depois trocar de carro após a terceira prova. Mas face a esta situação, e por uma questão de orgulho meu e da equipa, após a vitória na Penha fizemos questão de continuar com este carro e provar que, mesmo assim, íamos conseguir ser campeões. Este é um Skoda original dos ralis, um carro com cerca de 300 cv, não é um carro alterado. A maioria dos Turismos da Divisão 1 e da Divisão 2 eram mais potentes do que o meu carro. Mas para se ser campeão não basta ter um bom carro. É preciso ter mais alguma coisa. E ainda bem que, no final, a verdade desportiva venceu”, afirmou Luís Nunes, que recordou o seu vasto palmarés nas rampas. “Já fui campeão na Montanha com carros 4×4 e também com carros de duas rodas motrizes. Nas últimas 26 rampas em que participei, venci 21 na minha categoria. Estes títulos não são por acaso”, concluiu.
(texto e foto: Zoom MotorSport Comunicação)