Semanário Regionalista Independente
Sábado Outubro 4th 2025

Exposição dos SMAS animam Vila Alda

Os SMAS-SINTRA inauguraram no dia 25 de Julho, na Vila Alda (Casa do Eléctrico), uma exposição sobre a vida e actividade dos Serviços Municipalizados de Sintra desde a sua constituição, que contou com um pequeno concerto musical, com peças alusivas à água (Caminhar – Franz Schubert, As Quatro Estações – António Vivaldi, A Truta – Franz Schubert, Serenata – Joseph Haydn, Danúbio Azul – Johan Strauss, e Música Aquática, Haendel), tocadas por Ventzislav Grigorov e Bistra Anastasova.


Baptista Alves, presidente dos SMAS, e Rui Santos, director do espaço Vila Alda


A exposição estará patente ao público até ao dia 23 de Agosto. Podem ser visto equipamentos e documentos referentes à «vida» dos SMAS-SINTRA, através das fotografias de José Pedro Santa-Bárbara. A exposição pretende assinalar a passagem do 63º aniversário dos SMAS-SINTRA (o resgate da concessão deu-se a 22 de Maio de 1946, tendo-se realizado a 1ª reunião do Conselho de Administração dos Serviços a 18 de Julho desse mesmo ano).

No piso térreo, a mostra incide sobre a parte histórica dos SMAS e sobre as obras feitas pelos serviços, com destaque para a Conduta DN 1000, Reservatórios (Mucifal, Pernigem, Morelinho e Várzea de Sintra), e Estações de Tratamento (Negrais, Almorquim).

No 1 º andar, destaque para o capítulo da qualidade da água – em que se podem observar diversos equipamentos usados no Laboratório dos SMAS-SINTRA-, e para a sensibilização ambiental, área em que os Serviços se têm destacado. Está ainda presente um esquema do ciclo do abastecimento de água e das águas residuais domésticas.

Esta exposição tem ainda como objectivo a recolha de documentos, equipamentos e memórias, com vista à criação do futuro espaço museológico orientado para a temática da água, contribuindo assim para a sensibilização da população relativamente à necessidade de preservação de um recurso natural – raro e escasso. Um espaço de desenvolvimento de actividades e valores associados à água, e onde os conceitos científicos, tecnológicos e técnicos se conhecem de modo interactivo, sensorial e lúdico. Um espaço de memória, contribuindo para o conhecimento das tradições ligadas à problemática da água, e colocando em evidência a singularidade da paisagem de Sintra, enquanto valor cultural e patrimonial.

A água na poesia

(…) Recolhi a lágrima

com todo o cuidado

num tubo de ensaio

bem esterilizado.

Olhei-a de um lado,

do outro e de frente:

tinha um ar de gota

muito transparente.

Mandei vir os ácidos,

as bases e os sais,

as drogas usadas

em casos que tais.

Ensaiei a frio,

experimentei ao lume,

de todas as vezes

deu-me o que é costume:

Nem sinais de negro,

nem vestígios de ódio.

Água (quase tudo)

e cloreto de sódio.

António Gedeão, Lágrima de preta

(…) Este líquido é água.

Quando pura

é inodora, insípida e incolor.

Reduzida a vapor,

sob tensão e alta temperatura,

move os êmbolos das máquinas

que por isso,

se denominam máquinas a

vapor (…)

António Gedeão, Lição sobre a água

(…) É o carro enguiçado, é a

lama, é a lama

É um passo, é uma ponte, é

um sapo, é uma rã

É um resto de mato, na luz

da manhã

São as águas de Março

fechando o verão (…)

Tom Jobim, Águas de Março

Leave a Reply

You must be logged in to post a comment.