Semanário Regionalista Independente
Domingo Dezembro 8th 2024

Leis da arbitragem discutidas na Tapada das Mercês

O Auditório da Casa da Juventude, na Tapada das Mercês foi o ponto de encontro para a realização da Sessão de Esclarecimento sobre AS LEIS DE ARBITRAGEM, que decorreu no passado sábado,19 de Novembro, numa iniciativa do Arsenal 72, um clube de futebol sediado em Mem Martins e que conta já com 44 anos de actividade.
Perante uma plateia constituída por jovens jogadores das categorias Benjamins, Infantis, Iniciados e Juvenis, não esquecendo os Veteranos, foram abordados vários temas ligados a esta área desportiva, tendo em conta as 95 novas alterações das regras no futebol aprovadas pelo International Football Association Board , que entraram em vigor em Junho passado e das quais ressaltam a existência do vídeo-árbitro e em que Portugal foi um dos primeiros países a testar esta tecnologia a par da Austrália, Alemanha, Holanda, Brasil e Estados Unidos.
De referir que estas regras foram utilizadas durante a realização do Euro 2016.
A sessão de esclarecimento contou com as presenças do árbitro Internacional Hugo Miguel, os treinadores Hugo Martins e Daúto Faquirá , além de Paulo Freitas, da Direção do Arsenal 72.

O treinador Daúto Faquirá concorda com a alteração da lei da tripla penalização , mas , e por outro lado, não aceita o facto de um jogador poder levar um cartão amarelo quando ainda em campo festeja o resultado no final do desafio . “O momento final do jogo é a sua essência ” – afirmou.

 ”Nem todos podem vir a ser Cristiano Ronaldo”

Dirigindo-se a uma plateia de prováveis futuros jogadores profissionais, o árbitro internacional Nuno Miguel alertou para o facto de ” nem todos virem a ser Cristiano Ronaldo ou treinar em equipas profissionais”, sugerindo nesse caso, a saída para a arbitragem, como uma “carreira profissional”.

Os cartões amarelos mereceram referência por parte do treinador Nuno Marques, que considerou “muitos deles injustos, pois isso tem a ver por vezes com a forma como os treinadores querem que as equipas joguem, sempre respeitando o adversário ” .

O factor erro humano na arbitragem foi abordado pelo treinador Daúto Faquiró numa das suas intervenções :” o árbitro tem que decidir e avaliar pelos seus olhos e aqui há sempre uma questão humana, que é a margem de erro e isso é que torna o futebol tão bonito”.

Paulo Freitas, da Direção do Arsenal 72 ,  mencionou a questão da não aplicação da lei em pleno campo de jogo, e onde o árbitro é soberano nas suas decisões, poder ferir susceptibilidades perante a equipa, treinador e pais.” Na hora de tomar a decisão de não mostrar o cartão, vocês árbitros sabem que vão ter de um lado quem vos está a apoiar e do outro lado vão ter quem se vai virar contra”.

Em resposta, o árbitro Nuno Miguel afirmou que independente de serem jogos por vezes considerados “pequenos ou grandes” , o árbitro tem que cumprir o que está no regulamento.

No entender de Hugo Martins, árbitro, as alterações recentemente introduzidas vieram repor qualidade ao jogo de futebol e “melhorar as dinâmicas do mesmo”.

Para o treinador Daúto Faquirá o ” jogo deve ser corrido e quanto menos interrupções tiver, melhor”. Reconhecendo que o futebol ” é claramente um negócio “, aquele técnico concretizou o sua ideia afirmando que este desporto ganhou uma enorme dimensão junto das massas de adeptos.

A dualidade de critérios na análise em lances idênticos por parte dos árbitros ” que irrita e faz as pessoas duvidar ” foi salientada por Paulo Freitas, do Arsenal 72.

Para Daúto Faquirá , e em resposta, isto acontece porque a lei é de certa forma dúbia e permite “essas várias interpretações”.

A Comunicação Social foi também ligeiramente criticada pela forma como , de uma maneira geral analisa os resultados dos jogos de futebol, bem como os momentos do jogo e naturalmente a arbitragem.

 

                           Algumas das alterações que entraram em vigor

 

Das 95 alterações, muitas são apenas meras formalidades ou alterações no texto. Contudo, existem algumas que vão mudar muito o jogo. Aqui ficam as principais mudanças:

Terreno de jogo

As bandeirolas de canto podem ter o emblema dos clubes e o relvado pode ter uma mistura de relva artificial e natural.

Jogadores

Se um suplente, um jogador expulso ou qualquer elemento do staff interferir no jogo, causando a sua paragem, é marcado um livre direto, ou penalty, contra a equipa do infrator. Antes, a sanção era um livre indireto ou bola ao solo.

Caso algum objeto ou alguém que não esteja em jogo parar uma bola que iria ser golo, o árbitro pode dar a lei da vantagem e validar esse golo.

Equipamento dos jogadores

Jogadores que queiram usar calções de licra devem ter todos a mesma cor, que corresponderá à cor dos calções do equipamento.

Um jogador que abandone o terreno de jogo para trocar de botas só pode entrar com autorização do árbitro.

Árbitros

Os árbitros têm agora autoridade para agir desde que entram em campo para inspecionar o relvado, o que significa que um jogador pode ser expulso durante o aquecimento. Contudo, o árbitro só pode atribuir cartões amarelos a partir do começo da partida.

Um jogador que se lesione num lance que origine a expulsão do adversário não precisa de sair do relvado para ser assistido.

Duração do jogo

O tempo determinado para a hidratação dos jogadores é agora oficialmente acrescentado ao final do jogo.

Início e reinicio do jogo

No início de cada parte, a bola já não precisa de ser tocada para a frente, apenas tem de ser tocada, independentemente da direção.

Golos

Em caso de desempate por penalidades, a baliza é escolhida por moeda ao ar.

O árbitro já não precisa de saber a ordem dos jogadores para a marcação dos penalties. No entanto, caso uma equipa tenha mais jogadores em campo que a outra, deve excluir os que estão a mais e informar o árbitro.

Fora de jogo

As mãos e os braços deixam de ser considerados no momento em que se determina se há posição de fora de jogo. Aplica-se a todos os jogadores, incluindo o guarda-redes.

Faltas e má conduta

Acabou a lei do conhecido “castigo triplo”, em que o jogador era expulso e suspenso, além de ser assinalado penálti, por falta feita na grande área para evitar uma situação de golo claro. Cabe ao árbitro decidir se o defesa tinha intenção de jogar a bola de uma forma limpa para não ser expulso. Se o jogador obstruir, agarrar ou empurrar, é sempre expulso, bem como se tiver uma conduta violenta.

Um jogador que tenha uma conduta violenta leva cartão vermelho, mesmo que não exista contacto.

Uma ofensa ao árbitro dá direito a um livre direto ou penálti, consoante o local da bola.

Penálti

Os jogadores que façam a “paradinha” depois de terem começado a correr para a bola serão admoestados por comportamento antidesportivo. Simulações durante a corrida são permitidas.

Os guarda-redes que se adiantem antes da marcação do penálti são também admoestados.

Lançamento de linha lateral

Os jogadores que impeçam um lançamento lateral de ser efetuado, a favor da equipa adversária, serão admoestados caso estejam a menos de dois metros de distância.

Pontapé de canto

“A bola está em jogo no momento em que é pontapeada e claramente se mova”: é o que se pode ler no texto referente à marcação dos pontapés de canto. O objetivo é evitar que os jogadores queimem tempo e que toquem na bola de maneira antidesportiva.

A iniciativa contou com a participação interessada do público na assistência e o apoio da Câmara Municipal de Sintra, Junta de Freguesia de Algueirão Mem Martins e Núcleo de Àrbitros de Futebol da Linha de Sintra.

 

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