Frederico Figueiredo (Efapel) ganhou este domingo, dia 8, a quarta etapa da Volta a Portugal Santander, uma ligação de 181,6 quilómetros, entre Belmonte e a Guarda, batendo na meta,
o seu companheiro de fuga, Amaro Antunes (W52/FC Porto), registado com o mesmo tempo.
Alejandro Marque (Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel) segurar a camisola amarela.
A etapa foi rápida e intensa desde o início. As movimentações promovidas pela W52-FC Porto, ontem surpreendida pela forte oposição dos adversários, aceleraram a corrida e partiram o pelotão. Instalaram-se seis homens em cabeça de corrida, Daniel Mestre, Ricardo Mestre e Ricardo Vilela (W52-FC Porto), Rafael Reis e Javier Moreno (Efapel) e Roniel Campos (Louletano-Loulé Concelho), deixando o grupo dos favoritos entregue ao Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel.
Nem todos os corredores aguentaram a média de 44,3 km/h registada nas primeiras duas horas da tirada. Por isso, o pelotão fracionou-se, embora os mais fortes da geral tenham conseguido manter-se no grupo principal, em perseguição ao sexteto de fugitivos, enquanto a maioria dos participantes ficava para trás.
O Atum General-Tavira-Maria Nova Hotel foi mantendo os seis da frente em ponto de mira – diferença a rondar os 30 segundos – até à entrada nos últimos 50 quilómetros, marcados por um sobe e desce permanente. A 37 quilómetros da meta, na subida de segunda categoria para Videmonte, Amaro Antunes (W52-FC Porto) saltou para a cabeça de corrida, levando na roda Frederico Figueiredo (Efapel).
Estas movimentações tiveram o condão de reduzir o efetivo tavirense no grupo do camisola amarela, com Alejandro Marque a ficar apenas com a companhia de Gustavo César Veloso. Mas os repelões também desmantelaram o grupo de fugitivos. Na frente só resistiram Amaro Antunes e Frederico Figueiredo. Apenas o algarvio dos portistas puxou, numa estratégia da Efapel de não colaborar com a W52-FC Porto, marcando homem a homem, mas sobrecarregando os azuis e brancos com o trabalho. A diferença dos dois situou-se em cerca de um minuto, cabendo a Gustavo César Veloso o trabalho de perseguição, um esforço acrescido para um homem que caíra no percurso neutralizado entre a partida simbólica e o Km 0.
Com a situação complicada para os galegos de Tavira, tudo piorou quando, já dentro dos 30 quilómetros finais, Alejandro Marque teve uma avaria e precisou da ajuda de Gustavo César Veloso. Foi o momento em que a vantagem de Amaro Antunes e Frederico Figueiredo galgou para perto dos dois minutos. A dez quilómetros da meta, quando era evidente que Amaro Antunes e Frederico Figueiredo chegariam isolados à Guarda, Gustavo César Veloso cedeu ao esforço e não pôde continuar a labuta.
Ao mesmo tempo, na frente, Frederico Figueiredo dava a primeira ajuda a Amaro Antunes, permitindo ao vencedor da Volta a Portugal de 2020 respirar um pouco, antes de atacar os quilómetros finais. Não foi o suficiente para o portista ter a disponibilidade física para ganhar a etapa.
Frederico Figueiredo chegou com mais reservas às duras rampas da Guarda e cruzou a meta na frente, com 4h28m25s. Amaro Antunes chegou no segundo posto, com o mesmo tempo. O terceiro, a 59 segundos, foi Mauricio Moreira (Efapel), que voltou a mostrar-se o mais forte do pelotão, depois da exibição de força que ontem já fizeram na serra da Estrela.
Pela primeira vez em seis anos – toda a existência do projeto W52-FC Porto – os portistas completam os primeiros cinco dias de competição na Volta sem qualquer triunfo. Em todos os outros anos esse pecúlio oscilou entre os dois e os três triunfos. Apesar disso, a etapa de hoje colocou Amaro Antunes como o mais forte candidato a ganhar a Volta.
Alejandro Marque continua no topo da geral, mas hoje ficou clara a fragilidade da formação tavirense perante o poderio dos rivais. Amaro Antunes subiu ao segundo lugar, a 5 segundos. Frederico Figueiredo, que é pior contrarrelogista do que o vencedor da Volta do ano passado, está a 20 segundos do algarvio e a 25 de Marque.
Luís Gomes (Kelly-Simoldes-UDO) continua à frente na classificação por pontos e Abner Gonzalez (Movistar Team) mantém-se como melhor jovem. Amaro Antunes assumiu o estatuto de rei dos trepadores, permanecendo a Efapel no topo da geral coletiva.
Após a visita à serra da Estrela e à região serrana, segue-se uma segunda-feira de descanso. O regresso à estrada acontece na terça-feira. Será a terceira etapa consecutiva com final coincidente com um prémio de montanha, desta vez de segunda categoria, no alto da Senhora da Assunção, Santo Tirso. A partida será em Águeda e a viagem terá 171,3 quilómetros.
(Ventura Saraiva/FPC comunicação
Foto: FPC